Usando processos analógicos experimentais, Daura Campos e Grace Wang exploram as maneiras pelas quais sua fenomenologia individual informa sua relação com o espaço, a ideia de "lar" e seus domínios físicos e emocionais. As diferentes experiências vividas pelas artistas proporcionam uma visão inestimável à medida que elas lidam com as noções de espaço intermediário, pertencimento e espaços seguros. Com base na identidade relacionada ao espaço durante uma pandemia global, cada artista procura explorar a interseção entre memória e emoção, seus paralelos e a interação dinâmica. 

A Visibilidade Secreta de Daura Campos é uma exploração íntima na qual a artista utiliza técnicas de processamento experimental de filmes como um meio de resistir às práticas artísticas tradicionais e às ideologias hegemônicas relacionadas ao gênero e à sexualidade. Usando imagens de espaços domésticos que depois são embebidos em uma mistura de ingredientes específicos do local, a artista cria composições semelhantes a contusões. Estas obras falam da casa de uma pessoa ser um espaço potencialmente inseguro ou violento para membros marginalizados da comunidade, uma questão ainda mais exacerbada pela pandemia. 

A série introspectiva de Grace Wang, intitulada Trace, retrata sua busca por conexão e um senso de propósito durante esse período de incerteza global. Usando processos analógicos para se conectar a uma verdade percebida e ao mundo natural, a artista enfatiza a tensão entre um estado de devaneio e a realidade. As imagens lúdicas, porém melancólicas, de Grace traçam o impulso e a atração da condição humana.

Texto curatorial de Kelsey Myler.